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Primeiro paciente da Am. Latina a realizar CAR-T Cell

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Última atualização em 29 de julho de 2021

Quem é Vamberto Luiz de Castro, o primeiro paciente a fazer tratamento revolucionário contra o câncer na América Latina

Vamberto, capa da edição 51 da Revista Abrale, foi o primeiro paciente a realizar o CAR-T Cell no Brasil e estava apresentando ótimas respostas ao tratamento. Devido a um acidente, ele faleceu no dia 11/12/2019. Estamos muito tristes pela notícia, enviamos sentimentos à família  e gostaríamos de prestar uma homenagem póstuma para esse guerreiro por meio desta matéria.

Vindo de Novo Cruzeiro, no Vale do Jequitinhonha, o mineiro Vamberto Luiz de Castro se mudou para Belo Horizonte, aos 15 anos de idade, com objetivo de virar jogador de futebol. Era muito habilidoso. Mas, no fim das contas, abandonou os planos originais. Optou por estudar e começou a procurar trabalho. Passou por um banco e uma montadora antes de prestar concurso para trabalhar na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Conseguiu entrar.

Já formado em Finanças Públicas, cuidava da área de orçamentos da casa. Fez isso por 38 anos, até ser surpreendido pelo diagnóstico de linfoma não-Hodgkin, dois anos atrás. Teve de se aposentar para se tratar. Mal sabia ele que protagonizaria uma história incrível.

Praticamente condenado à morte, acabou submetido a uma nova e revolucionária terapia, a CAR-T Cell, na qual células reprogramadas se multiplicam ainda mais e reconhecem as células cancerígenas que irão atacar. Agora, aos 64 anos, nos deu este emocionante depoimento.

“Esse paciente é portador de um linfoma não-Hodgkin avançado, uma doença agressiva. Ele já foi submetido a quatro linhas de tratamento prévias, teve uma resposta muito ruim, inclusive refratária a algumas delas, e veio justamente para fazer o CAR-T Cell”, conta Renato Cunha, médico que cuida do caso em Ribeirão Preto.

Cunha está à frente da tarefa de desenvolver uma plataforma brasileira de terapia com células CAR-T no âmbito do Centro de Terapia Celular (CTC), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), sediado na USP

CAR-T Cell significa “célula T com receptor de antígeno quimérico”. O complicado nome indica que o tratamento usa células geneticamente modificadas. Trata-se de uma terapia recente para combater o câncer. Nos Estados Unidos, a FDA (Food and Drug Administration, um órgão de vigilância sanitária semelhante à nossa Anvisa) liberou a terapia para uso comercial em 2018.

“A situação parecia irreversível. Descobrimos que havia, no exterior, um tratamento novo, chamado Car-T Cell. Mas era muito caro”

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Primeiramente, o problema da terapia com células CAR-T é o custo. Segundo Covas, nos EUA, a produção das células e as despesas hospitalares, juntas, chegam a custar US$1 milhão (mais de R$ 4 milhões). Covas calcula que a plataforma brasileira poderá baratear o tratamento em até 20 vezes, na comparação com o custo de um produto comercial. Além disso, a ideia é que o CTC mantenha aberto o protocolo de produção de células CAR-T, permitindo que outros laboratórios reproduzam as técnicas para cuidar de mais pacientes.

“Representa um grande avanço científico, porque é um tratamento muito recente, uma tecnologia protegida por segredos industriais. E, por outro lado, é um grande avanço em termos sociais. Vamos poder oferecer isso, daqui a algum tempo, para a nossa população“, comemora o coordenador do CTC.

A terapia com células CAR-T não é simples. Exige uma estrutura laboratorial complexa, certificada pela Anvisa e com boas práticas de produção. Exige também hospitais com capacidade para fazer transplantes de medula óssea, bons laboratórios e bom suporte de tratamento intensivo. Uma vez que as condições permitam, tudo começa com uma amostra de sangue do paciente.

Para ABRALE, Vamberto, 64 anos, conta, em suas palavras (e momentos de muita emoção), como foi seu tratamento.

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Iniciamos rapidamente o tratamento. Ciclos de quimioterapia a cada 21 dias – oito no total. Depois, 18 sessões diárias de radioterapia. A fase mais difícil, com a família, com o médico… queríamos fazer exames para avaliar a resposta ao tratamento e ele dizia que eu podia tocar a vida, que estava tudo certo. Enfim, por tanta insistência, acabou pedindo um exame PET. Fiz, e deu o que temíamos, um resultado terrível, meu corpo estava todo comprometido!

Mudamos de clínica e iniciamos um novo tratamento, com outro coquetel. Dessa vez, o médico pedia exames à medida que os ciclos se sucediam. Já no terceiro, pediu um exame e vimos que as lesões haviam aumentado. A área das lesões era muito grande. O médico, então, interrompeu aquele coquetel e prescreveu outro.

A situação parecia irreversível quando tivemos uma lufada de esperança. No segundo ciclo, fiz um exame e as lesões tinham reduzido drasticamente. Mas o otimismo durou pouco. Fiz novo exame e houve reversão, com muita lesão.

A nova realidade era delicada. Diante dos resultados, não compensava continuar o tratamento. Precisaríamos tomar outra providência. O problema é que não havia outra providência dentro do protocolo previsto para a doença. Era preciso buscar alternativas.

Havia no exterior um tratamento novo, chamado CAR-T Cell, mas era muito caro. Em Israel e nos Estados Unidos, chegava a milhões de dólares, incluindo as medicações e a parte hospitalar. Inviável! Voltamos ao nosso médico, o Dr. Caio, que sugeriu um coquetel exclusivo dos EUA. Resolvi tomar e, de novo, no segundo ciclo, fiz os exames. Aí, a coisa complicou de vez. Meu corpo estava praticamente todo tomado pela lesão. Ficamos sem saber o que fazer. Era o fim.

Eis que soubemos que a USP de Ribeirão Preto fazia pesquisas de Car-T Cell

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Foram muitas idas e vindas, antes que chegássemos a um entendimento com o Dr. Renato Cunha, que é uma pessoa especial, especial mesmo, em todos os sentidos, como ser humano e como profissional. Ele e a equipe, que é muito grande. São pelo menos 40 ou 50 profissionais, pelo que pude contar. Eles me analisaram durante muito tempo, viram minhas condições clínicas e decidiram iniciar o tratamento.

Fizeram todo o procedimento, com coleta de sangue e infusão dessas mesmas células modificadas geneticamente. Minha primeira preocupação foi pedir os exames durante o tratamento para saber se estava surtindo efeito. Então, ouvi do Dr. Renato: ‘Vamberto, não se preocupe, faremos um exame precoce. Mas não se assuste com o resultado. Se estiver como o último, já será um êxito, porque saberemos que a doença não avançou’.

Então, chegou o dia. Fiz o exame e, incrível, a redução foi de quase 100%! Houve uma reação louca, de todo mundo. Uma mistura de surpresa, alegria, felicidade… Minha, da família, dos amigos e da própria equipe médica. Ninguém estava acreditando no que via. Não sabia mais no que acreditar… ‘Parece um milagre’, pensei.

Enfim, tive alta e fiquei de refazer os exames. Pouco depois, começaram as abordagens de imprensa daqui e do exterior também, de vários países. Rádios, TVs, revistas, portais. Uma surpresa muito grande aquela repercussão tão grandiosa. Agora, tenho que realizar novos exames, mas continuo muito otimista, sem deixar de ser realista.

O câncer é uma doença que humilha a gente, leva a pessoa ao limite mais severo. Por isso, hoje eu sei que, sem uma equipe profissional bem preparada e, principalmente, a família próxima, a situação é quase insuportável.

O desafio é muito grande. A gente vê melhora, recua, vai e volta… é muito complicado.

Então, entra a presença da família e da equipe médica. É aí que se vence a batalha. Quem está doente precisa colaborar com o tratamento, se envolver, tanto no hospital como fora dele. Dessa forma, seu corpo e sua mente respondem mais efetivamente quando se sentem acolhidos pela família e pelos amigos. Assim como, sabendo que está nas mãos de uma equipe bem preparada, dá para ficar tranquilo e saber que dessa parte eles cuidam.

É um processo muito doloroso, é até difícil falar a respeito (pausa no depoimento, ele chora). Na maioria do tempo, seu pensamento é voltado para a derrota. Não é fácil sentir tanta dor. Entretanto, a gente precisa de força mental para lutar contra isso. E a equipe tem que ter o conhecimento e o controle dele para garantir que as coisas aconteçam da melhor forma possível.

Nós, como vítimas, temos de desempenhar um esforço grande. Sem isso, é muito difícil. Por isso, precisamos tanto do apoio da família. Fiquei um período longo em Ribeirão Preto e minha esposa, a Rose Mary, e meu filho, deixaram o trabalho deles, em Belo Horizonte, só para ficar comigo (nova pausa).

Travamos uma luta muito grande. Graças a Deus estamos tendo respostas satisfatórias. Meu objetivo agora é criar uma fundação para trabalhar nessa área de arrecadação de recursos, provisão de materiais, enfim, quando já estiver trabalhando, vou pensar direitinho. Fico intrigado com a indiferença do Estado em investir nessa área. O Dr. Renato e sua equipe estão prontos para trabalhar. Mas aí vem o problema do recurso financeiro. Temos que pensar em algo, parte do Estado, parte do setor privado, e tentar vislumbrar coisas para o futuro.”

Como eu posso ter acesso ao Car-T Cell?

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“No tratamento compassivo o paciente lhe procura e pede para ser tratado como última alternativa, porque não tem mais nenhuma opção. Geralmente, para fazer uso compassivo, é aquele paciente que poderia entrar em algum estudo clínico, mas não preenche critérios. Dessa forma, isso surgiu para ele não ficar sem tratamento”, explica o Dr. Renato Cunha.

Foi justamente esse o caso. A família do paciente havia entrado em contato com hospitais no exterior que fazem essa terapia, mas a burocracia envolvida e o alto custo do tratamento tornavam a viagem proibitiva. Eles descobriram o nome de Cunha ao encontrar uma reportagem, do final de 2018, que contava que médico da USP tinha ganhado um prêmio da Sociedade Americana de Hematologia (ASH, em inglês) para desenvolver o processo de produção de células CAR-T no Brasil.

Vamberto e o filho, então, foram até Ribeirão Preto para conversar com o Dr. Cunha e seguiram em contato com o médico. Eles tentaram o tratamento com uso compassivo de um medicamento chamado Polatuzumab, entretanto, quando o câncer se espalhou ainda mais, decidiram insistir na possibilidade do CAR-T CELL compassivo.

Por sorte, a equipe de Cunha havia recém-finalizado as etapas de validação laboratorial do processo de produção das células.

 

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Estamos tentando contato com o Dr Cunha sem sucesso. Nossa Fernanda precisa desse tratamento e gostariamos de orientação e ajuda com o tratamento.

 Fernanda Manzutti  +55 11 97540.9718

Boa noite, gostaria de encaminhar um paciente, qual a conduta??

Boa noite, minha irmã é portadora de LLC com uma transformação de Richter esta em tratamento desde 2019, já fez vários ciclos de quimioterapia e a doença continua evoluindo , os médicos conseguiram controlar por 4 meses com o medicamento venetoclax e devido apos esse período ainda ter evolução mudou para o ibrutinibe, recentemente esteve internada e fez 2 ciclos de quimio para linfoma e combinado com o veneto. Apos Pet- ct a doença diminuiu alguns linfonodos e outros continuaram a evoluir. Ela esta se recuperando e os médicos falaram do tratamento com car-t-cell, gostaria de saber como podemos fazer para conseguir mesmo a nivel de estudo clinico. Obrigada

Olá Luciani, tudo bem?

Podemos conversar sobre o caso da sua irmã? Minha mãe está passando por uma situação praticamente igual: Tem LNHGB, com transformação de Ritcher. Fez terapia de primeira linha, não respondeu. Vem fazendo terapia com Venetoclax, mas também sem resposta.

Dado que a terapia alvo experimental não está surtindo efeito, e não existe outro químico que possa tratá-la (de acordo com o FoundationsOne Heme), está em fase terminal.

Se possível, gostaria muito de saber se conseguiu evoluir no tratamento da sua irmã. Podemos falar sobre?

Se sim, me manda um email em: [email protected]

Bom dia!

Minha mãe está com câncer de endométrio, células claras, em estágio avançado (fígado e pulmão).

Há 5 anos fez cirurgia e no 5º ano a doença voltou. No ano passado fez 8 sessões de quimioterapia (cisplatina) e 12 sessões de rádio. Houve diminuição da doença, mas depois de 3 meses a doença se espalhou.

Ela busca uma chance de tentar um novo tratamento, mesmo sabendo dos riscos, está disposta a tentar.

Por favor, se possível, entrem em contato ou me enviem um telefone para contato.

Muito obrigada.

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