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Classe hospitalar, a sala de aula nos hospitais

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Última atualização em 29 de julho de 2021

Crianças e adolescentes internados por conta do tratamento oncológico podem – e devem – dar continuidade às atividades escolares na chamada “Classe Hospitalar”


Receber o diagnóstico de um câncer pode causar uma certa desordem na vida do paciente. As visitas periódicas aos hospitais, realização de exames, o próprio tratamento e os longos períodos de internação são alguns dos exemplos que podem causar a mudança de importantes rotinas, como ir à escola.

E para evitar que crianças e adolescentes percam o ano escolar e, claro, a oportunidade de aprendizado e acesso à educação, a maior parte dos hospitais criou a “classe hospitalar”.

Ester Piai, professora da Classe Hospitalar no Hospital de Amor (antigo Hospital de Câncer de Barretos), conta que o atendimento escolar dentro dos hospitais teve início justamente devido à impossibilidade de o paciente ir para a escola. “É garantido por lei o direito de toda criança e adolescente ter acesso à educação. Com isso, o hospital fez uma parceria com a Secretaria Estadual de Educação para legitimar os atendimentos prestados aos pacientes”, explica ela.

Qualquer paciente internado, que esteja matriculado em uma escola regular, a partir do 1º ano do Ensino Fundamental até o Ensino Médio, tem o direito de pedir o atendimento escolar. Para solicitar essas aulas, os pais só precisam fazer um requerimento no hospital junto à Classe Hospitalar. Após isso, a própria equipe entrará em contato com a escola original da criança e adolescente para colher informações precisas da vida escolar do aluno e poder dar início aos atendimentos.

“Vale ressaltar que, além de proporcionarmos aprendizagem aos alunos, os atendimentos escolares contribuem também para o enfrentamento do tratamento de maneira mais branda”, diz Ester.

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Imagem fornecida pela assessoria do Hospital de Amor

Como funciona a Classe Hospitalar

Ester explica que a Classe Hospitalar é oferecida em dois setores do Hospital de Amor: na internação e no ambulatório. As aulas ocorrem de segunda à sexta, no período da manhã.

No ambulatório, a rotina do paciente é bastante similar a uma sala de aula normal. Os alunos têm as aulas ministradas pelo mesmo professor. Porém, assim como na escola comum, eles estão divididos em diferentes séries. “Os alunos interagem entre si. Socializam e vivenciam várias coisas que são normais entre colegas e o professor da sala”, conta Ester.

Porém,  no setor da internação, a logística é um pouco diferente. Devido ao estado clínico do paciente poder variar, é preciso que o professor passe em cada leito. Caso o paciente esteja em condições, ele realiza as atividades propostas – nesse setor o atendimento é mais individualizado e personalizado.

“Enquanto que, se o paciente não estiver se sentindo bem, o professor é orientado a respeitar o estado clínico do aluno e a deixar para atendê-lo em um outro momento”, explica a professora.

As matérias oferecidas pela Classe Hospitalar fazem parte de uma grade curricular pautada pelo Governo do Estado de São Paulo. Nela, cada aluno recebe as atividades propostas, que correspondem à série cursada.

Quanto à avaliação do aluno, acontece de forma contínua, cumulativa e diagnóstica. Ou seja, por meio das avaliações, são identificadas as áreas nas quais o aluno está apresentando maior dificuldade. Com isso, os professores dedicam mais tempo e atenção a elas.

câncer; classe hospitalar; criança; adolescente, educação; aprendizagem; abraleDe volta à rotina

Felizmente, os pacientes entre 0 e 19 anos apresentam altas taxas de cura! Cerca de 70 a 80% das pessoas nessa faixa etária conseguem se recuperar do câncer, dependendo do tipo. Então, depois de se restabelecer, chega a tão esperada hora de receber alta do hospital. Voltar para a vida normal. Mas, e como ficam as aulas?

“Após alta hospitalar, o aluno poderá regressar à sua escola de origem e continuar sua vida escolar normalmente”, explica Ester.

Para isso acontecer, o paciente precisa apresentar um documento emitido pela classe hospitalar à escola de origem. Esse documento certifica que o atendimento foi realizado durante o período que o jovem ficou internado devido ao tratamento. Além disso, atestar o conhecimento adquirido por ele.


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