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Câncer secundário. Já ouviu falar?

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Última atualização em 29 de julho de 2021

Os quimioterápicos têm como principal função matar as células cancerígenas, mas em raros casos podem ajudar no desenvolvimento de uma nova neoplasia maligna, em especial a leucemia


Tratar um câncer é uma tarefa que demanda muita força e coragem. A má notícia é que esse tratamento pode ser considerado fator de risco para o desenvolvimento de um câncer secundário. A boa notícia, é que esse quadro é muito raro de acontecer.

Um dos principais cânceres que tem a quimio e a radioterapia como fator de risco é a leucemia mielóide aguda (LMA). A Drª Mariana Kerbauy, hematologista no Hospital Israelita Albert Einstein, diz que esse tipo de câncer é chamado de “Neoplasia Mielóide Relacionada à Terapia”.

“A LMA é capaz de se desenvolver uma vez que a quimioterapia pode levar a mutações nas células-tronco hematopoiéticas. Ou, ainda, podem selecionar um clone de células que já apresentava mutações, levando ao desenvolvimento da leucemia”, explica Dra. Mariana.

Como dito anteriormente, são poucos os pacientes que acabam por desenvolver esse tipo de neoplasia. Isso acontece por dois principais motivos. Primeiro, porque não são todos os quimioterápicos que estão relacionados ao desenvolvimento da neoplasia mielóide relacionada à terapia. Então depende muito de qual medicamento foi utilizado. “O segundo motivo é devido à predisposição genética por mutações no DNA, que afetam o metabolismo das drogas”, explica a hematologista. Entretanto, ela aponta que esses motivos ainda precisam ser mais estudados e compreendidos.

Dentre os quimioterápicos que são mais considerados como fator de risco estão os agentes alquilantes, como ciclofosfamida, clorambucil, bussulfano e cisplatina.

Como descobrir o câncer secundário?

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O câncer secundário possui sintomas muito similares aos da leucemia como primeiro câncer. Por exemplo, cansaço excessivo causado pela anemia, sangramentos, hematomas devido à queda de plaquetas e constantes febres e infecções.

O jeito ideal de evitar seu desenvolvimento é por meio do acompanhamento regular com um médico. Assim, será possível realizar hemogramas periodicamente visando a detecção precoce de alterações dos glóbulos sanguíneos.

“Na maioria das vezes, a neoplasia mielóide relacionada à terapia ocorre de 5 a 10 anos após o tratamento da primeira. Entretanto, não há um limite de até quando pode acontecer”, explica a Drª Mariana.

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Como funciona o tratamento da neoplasia mielóide relacionada à terapia?

Ele vai depender muito da idade, da presença de outras doenças e da possibilidade do paciente receber tratamento intensivo. Se o paciente estiver em condições, ele receberá uma quimioterapia intensiva seguida de transplante alogênico. Além de também contar com terapia de suporte.

“Em alguns dos casos, essa leucemia pode ser mais difícil de ser tratada. Entretanto, o prognóstico é influenciado por fatores como as anormalidade genéticas encontradas no paciente. Assim como se ele possui alguma comorbidade e qual foi o câncer primário tratado”, finaliza a Drª Mariana.

Lembrando sempre que é importante realizar o tratamento indicado pelo seu médico. E é ainda mais importante ter aderência ao tratamento! Lembre-se que são poucos os pacientes de câncer acabam por desenvolver uma neoplasia relacionada à terapia. Consulte seu médico com frequência para fazer os exames e certificar-se que está tudo bem.


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Interessante e bastante esclarecedora!
Tive câncer de ovário, há quase 5 anos, mas de vez em quando sinto dores e incômodo nas veias dos braços como se tivesse correndo neles a quimioterapia , manchas rochas pelo corpo, dores fortes nas pernas e muita fraqueza.
O que pode ser?
O que devo fazer?
Obrigada

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