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Bebidas alcoólicas durante o tratamento do câncer. Pode?

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Última atualização em 29 de julho de 2021

O Carnaval chegou e só se fala em festa e cerveja bem gelada. Mas e o paciente, pode beber também? 

 

Vai curtir o carnaval? Tomar uma cerveja? Ou prefere uma caipirinha? Se você está em tratamento oncológico e se sente bem, saiba que está liberado aproveitar a festa! Mas, é preciso ter cuidado com as bebidas alcoólicas. Elas agem de várias maneiras no organismo e, a longo prazo, se consumidas em excesso podem levar ao desenvolvimento de um câncer ou interagir com o tratamento.

Rafaela Moreira, nutricionista e membro do Comitê de Nutrição da Abrale, afirma que o consumo moderado de álcool não causa nenhum problema ao corpo. A recomendação é “não passar de 1 drinque diário para mulheres e 2 para os homens”, afirma.

O organismo humano demora uma hora para processar 14mg de álcool. Isso é o equivalente a 350 ml de cerveja (uma lata comum) ou 150 ml de vinho ou 40 ml de uísque. Acima dessa quantidade, o fígado não consegue filtrar e, com isso, a pessoa passa a se sentir embriagada.

“A maioria das pessoas conhece os efeitos do consumo das bebidas alcoólicas a curto prazo, tais como  humor alterados, falta de concentração, coordenação e discernimento.  Estes efeitos podem variar individualmente, de acordo com o peso, idade e sexo”, diz Rafaela.

A longo prazo, entretanto, ele pode se tornar mais perigoso. A nutricionista explica que o álcool parece ser o fator mais importante para o aumento do risco de câncer. “A maioria dos estudos científicos sugere que o etanol é o responsável pelo aumento das chances do indivíduo apresentar câncer de boca, faringe e laringe, esôfago, fígado, mama, cólon ou reto nos homens”.

Álcool pelo corpo

As bebidas alcoólicas são basicamente compostas por moléculas de etanol, um tipo de álcool. Assim que a pessoa ingere uma porção da bebida, parte destas moléculas já entram na corrente sanguínea por meio da mucosa da boca.

A outra parte é rapidamente absorvida pelo estômago e pelo intestino. Na primeira passagem pelo fígado, o etanol já começa a ser parcialmente metabolizado. Ou seja, o organismo procura formas para o eliminar, destruindo suas moléculas e expelindo uma quantidade pela urina e pelo suor.

O restante, que não foi metabolizado, ficará na corrente sanguínea agindo em todo o organismo. Para que o etanol saia completamente do corpo, ele precisa passar várias vezes pelo fígado.

“Leva aproximadamente 1 hora para o fígado metabolizar um copo de vinho. Logo, se a pessoa tomou dez copos, vai ficar com álcool no organismo por, pelo menos, 10 horas”, explica Rafaela.

Como os órgãos são afetados pelas bebidas alcoólicas?

O cérebro, quando entra em contato com o álcool, estimula os neurônios a liberarem mais serotonina, um neurotransmissor, que o normal. Esse neurotransmissor serve para regular o prazer, o humor e a ansiedade e, por isso, ao beber a pessoa fica menos tímida e mais animada. Se ela continuar bebendo, pode ter outros neurotransmissores afetados e sua coordenação motora ficará enfraquecida.

Já no estômago, o etanol pode causar irritações, o que dificulta a digestão e aumenta a produção de ácido gástrico. Desse modo é provável que a pessoa fique enjoada.

Os efeitos nos rins são gerados devido à hipófise, uma glândula que fica no cérebro e inibe a produção do hormônio responsável por controlar a absorção de água pelo rim. Isso faz com que a pessoa que esteja bebendo vá mais vezes ao banheiro. Quem nunca percebeu que depois de ir ao banheiro pela primeira vez não tem mais como parar? Culpa desse hormônio!

E durante o tratamento de um câncer, pode beber?

A resposta é não. “Não é recomendado o consumo de bebidas alcoólicas durante o tratamento do câncer. O álcool pode interagir com alguns medicamentos utilizados na quimioterapia, aumentando o risco de efeitos colaterais. Também pode interferir na absorção de nutrientes”, explica Rafaela.

Além disso, se o paciente apresentar alguma ferida na boca, o álcool pode causar irritação e prejudicar a recuperação.

Vinho para a prevenção do câncer

Boas notícias para os amantes de vinho tinto! Esse tipo da bebida, feito a partir da fermentação das uvas pretas ou tintas, tem uma característica preventiva de acordo com a universidade de Dijon, na Borgonha, França. E a Rafaela confirma: “o consumo moderado do vinho tinto pode ser considerado bom na prevenção do câncer”.

Isso acontece porque as uvas escuras apresentam uma substância na sua casca e sementes chamada resveratrol. “Essa substância apresenta ação antioxidante, cardioprotetora, anti-inflamatória e anticancerígena”, completa a nutricionista.

Dicas! Saiba como desintoxicar o corpo após exagerar na bebida

A nutricionista Rafaela recomenda algumas ações que auxiliam na desintoxicação do corpo, como:

– Consumir no mínimo 6 copos de água por dia

– Consumir também sucos naturais e água de coco, para aumentar a hidratação.

– Optar por refeições leves, saudáveis e naturais, como por exemplo: sopas, caldos, frutas, iogurte.

– Evitar o consumo excessivo de sal e alimentos enlatados, porque aumentam a retenção de líquidos, prejudicando a desintoxicação.

Lembre-se: neste carnaval, beba com moderação! E se beber, não dirija!


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As estatísticas mostram que nenhum tipo de vinho diminui a incidência de câncer.

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