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Medicamentos combinados reduzem progressão de mieloma em 37%, mostra estudo

 

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Uma nova combinação de medicamentos é uma das apostas promissoras para o tratamento de pacientes com mieloma múltiplo recidivado (quando o câncer retorna após tratamento) ou refratário (quando o paciente não responde aos tratamentos aplicados).

Trata-se do uso conjunto do carfilzomibe com dexametasona e o daratumumabe. Em um estudo clínico de fase 3 (última fase antes da aprovação para uso comercial), que avaliou o uso dessa combinação em pacientes expostos e/ou refratários à lenalidomida, houve uma redução em 37% no risco de progressão ou morte nesses pacientes.

Os resultados fazem parte do estudo CANDOR e foram divulgados nesta terça-feira (10) em uma sessão extra realizada no último dia do Congresso da ASH (American Society of Hematology), que acontece em Orlando (EUA).

De acordo com hematologista Brenno Gusmão, coordenador do setor de transplante de medula óssea do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, e médico de onco-hematologia da BP – Beneficência Portuguesa, em São Paulo, a grande novidade apresentada no estudo é a combinação das duas drogas, que já são bastante conhecidas e utilizadas no tratamento do mieloma múltiplo em diferentes fases do tratamento.

“Já havíamos visto outras combinações anteriormente, mas essa era bastante aguardada pela potência do uso conjunto dos dois medicamentos”, disse o especialista ao VivaBem, logo após a apresentação do estudo no Congresso.

“Além disso, esse uso se mostra uma opção interessante para pacientes recidivados ou refratários, já que outras combinações não se mostraram tão potentes”, afirma.

Ele lembra ainda que, nos Estados Unidos, uma vez que o câncer retorne em pacientes tratados com lenalidomida, há um debate a respeito de quais combinações devem ser aplicadas na segunda linha de tratamento. “O estudo CANDOR veio para o jogar luz nesse debate e apresentar uma opção com bons resultados para esses casos”, explica o hematologista.

O CANDOR mostrou ainda que a taxa de resposta (“overall responde rate”, o que inclui desde os pacientes que tiveram uma resposta alta ao tratamento até os que apresentaram uma resposta parcial) foi de 84%, e a resposta negativa para doença residual mínima foi de 12,5% após 12 meses de acompanhamento.

 

O estudo

 O CANDOR é um estudo de fase 3 randomizado e aberto que avaliou 466 pacientes com mieloma múltiplo recidivado ou refratário que já receberam entre uma a três terapias anteriormente.

 Ele compara o uso combinado do carfilzomibe, da dexametasona e do daratumumabe com os resultados do uso do carfilzomibe com a dexametasona.

 No primeiro braço do estudo, os pacientes receberam carfilzomibe duas vezes por semana a 56mg/m2 e dexametasona em combinação com daratumumabe. No segundo braço (controle), eles receberam carfilzomibe duas vezes por semana a 56mg/m2 e dexametasona.

  

Taxa de sobrevida

O daratumumabe também foi destaque na apresentação da fase 3 do estudo ALCYONE, apresentado também no Congresso. Nele, a adição do ativo ao tratamento feito com o bortezomibe, melfalano e predinisona aumentou a taxa de sobrevida global de pacientes recentemente diagnosticados com mieloma múltiplo, mas inelegíveis para transplante.

 De acordo com os dados apresentados, houve uma redução no risco de morte em 40% em comparação com o tratamento feito sem a adição do daratumumabe. Os pacientes foram acompanhados por uma média de três anos após a administração da combinação de tratamentos.

 “Esse acompanhamento longo feito pelo estudo ALCYONE é encorajador porque percebemos que adicionar o daratumumame ao tratamento padrão pode oferecer uma vantagem na taxa de sobrevivência dos pacientes”, afirma Maria-Victoria Mateos, diretora da unidade de Mieloma na University Hospital Salamanca-IBSAL, na Espanha, e uma das investigadoras do estudo.

 “Como médica com pacientes que têm mieloma múltiplo, estou sempre em busca de tratamentos que possam oferecer a melhor resposta e o melhor benefício a eles”, completa.

 Outro dado considerado importante é que a combinação avaliada no grupo aumentou a taxa de doença residual mínima (DRM) negativa nos pacientes. A DRM corresponde ao número de células cancerígenas detectáveis após o tratamento do câncer.

 “O daratumumabe já é aprovado para uso em primeira linha e em pacientes com recidiva. Esses estudos apenas consolidam sua eficácia nesses tratamentos, além de oferecer novas possibilidades de combinações”, completa o especialista.

 Para mais informações, acesse www.drbrenogusmao.com.br

 

Fonte: UOL

 

 

 

 

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