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Jovem com câncer comemora ao saber que irmã tem medula compatível: ‘Chance de recomeçar’

Gleyce, de 24 anos, achou que havia se recuperado de um linfoma, quando descobriu que o câncer voltou. Agora, irmã é sua esperança de recomeçar

A controladora de acesso Greyce Couto, de 24 anos, viu a vida ser transformada após descobrir que tem um câncer no pescoço. Ela perdeu o emprego e ficou com muitas dificuldades financeiras. Quando achou que estava curada da doença, descobriu que o linfoma havia voltado. Mas, a irmã gêmea se tornou a esperança da jovem em recomeçar, por meio de um transplante de medula óssea.

Em 2017, Gleyce, que é de Praia Grande (SP), se casou, e poucos meses depois arrumou um emprego em um hospital de sua cidade. Na época, a jovem relata que ficou muito feliz com as conquistas e estar animada para a nova fase de sua vida. Mas, passado cerca de cinco meses em que começou a trabalhar, ela notou um nódulo do lado direito de seu pescoço e devido a dor que sentia no local, procurou atendimento médico.

Apenas após quase um ano realizando diversos exames e biópsias, sentindo muitas dores e notando que a respiração era cada vez mais afetada, que ela recebeu o diagnóstico de Linfoma de Hodgkin. Conforme explica o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Linfoma ou Doença de Hodgkin é um tipo de câncer que se origina no sistema linfático, conjunto composto por órgãos (linfonodos ou gânglios) e tecidos que produzem as células responsáveis pela imunidade e vasos que conduzem essas células através do corpo.

O Instituto aponta que o linfoma de Hodgkin tem a característica de se espalhar de forma ordenada, de um grupo de linfonodos para outro grupo, por meio dos vasos linfáticos. “A doença surge quando um linfócito (célula de defesa do corpo), mais frequentemente um do tipo B, se transforma em uma célula maligna, capaz de multiplicar-se descontroladamente e disseminar-se. A célula maligna começa a produzir, nos linfonodos, cópias idênticas, também chamadas de clones”, aponta o Inca.

Ainda de acordo com o Instituto Nacional de Câncer, com o passar do tempo, essas células malignas podem se disseminar para tecidos próximos, e, se não tratadas, podem atingir outras partes do corpo. A doença origina-se com maior frequência na região do pescoço e na região do tórax chamada mediastino.

Logo após descobrir o linfoma, em novembro de 2019 Gleyce chegou a ficar internada e começou as sessões de quimioterapia, que duraram seis meses. O tratamento foi finalizado em abril deste ano, porém, em junho, novos exames apontaram que o câncer havia voltado.

“Meu cabelo não caiu totalmente eu até que reagi super bem no primeiro tratamento, quem me via nem falava que eu estava com câncer. Em abril de 2020 seria minha última quimioterapia e fiz até festinha para comemorar. Então quando eu soube que a doença tinha voltado, meu chão desabou, porque eu estava confiante que tinha me curado. Fiquei super abalada, sem acreditar que passaria por tudo de novo, mas segui em frente”, diz.

Dessa vez, ela relata que a doença se mostrou ainda mais resistente e os exames apontaram que a segunda tentativa do tratamento também não foi suficiente para a cura. “Para mim, o mais difícil foi não poder trabalhar e me sentir muito inútil, porque me sentia muito cansada, sem ânimo e ficamos com muitas dificuldades financeiras em casa”, relata.

Foi então que os médicos indicaram que ela deveria fazer o transplante de medula óssea. “Essa segunda vez a doença veio mais agressiva e sofri muito. Não conseguia tomar banho sozinha, tive muitas reações ao tratamento. Nos dias de fazer a quimioterapia eu saio de casa às 4h e chego às 19h, e ainda subo com frequência para SP onde eu faço o tratamento para tomar medicamento”, conta.

O transplante de medula se tornou a esperança de Gleyce de recomeçar e realizar seus sonhos. Porém, a busca por um doador compatível não é tão fácil. “A primeira pergunta que o médico fez foi se eu tinha algum irmão de sangue. E eu tenho uma irmã gêmea, que acabou sendo minha salvação, porque a médica disse que ela é 100% compatível. Essa notícia me emocionou e fez eu ter muita esperança”, afirma.

De início, Gleyce relata que a irmã, Ingrid Couto, se assustou com a ideia do transplante, mas logo aceitou, pois sabia que essa seria a sua segunda chance de recomeçar. “Ela ficou assustada na hora, mas depois que eu expliquei ela aceitou, mesmo ficando um pouco triste porque só vai poder engravidar depois de 5 anos. Porque ela disse que me ajudar era muito importante, então aceitaria essa consequência. Amo demais minha irmã e saber que ela pode salvar minha vida, não tem preço que pague”, destaca.

Transplante de medula

De acordo com o Inca, a medula óssea é um tecido líquido-gelatinoso que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecida popularmente por ‘tutano’. Nela são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas.

As hemácias transportam o oxigênio dos pulmões para as células de todo o nosso organismo e o gás carbônico das células para os pulmões, a fim de ser expirado. Os leucócitos defendem o corpo humano das infecções. As plaquetas compõem o sistema de coagulação do sangue.

Ainda de acordo com o Instituto, para que se realize um transplante de medula é necessário que haja uma total compatibilidade entre doador e receptor. Caso contrário, a medula será rejeitada. Esta compatibilidade é determinada por um conjunto de genes localizados no cromossomo 6, que devem ser iguais entre doador e receptor.

A análise de compatibilidade é realizada por meio de testes laboratoriais específicos, a partir de amostras de sangue do doador e receptor, chamados de exames de histocompatibilidade. Com base nas leis de genética, as chances de encontrar um doador ideal entre irmãos (mesmo pai e mesma mãe) é de 25%, conforme explica o Instituto Nacional de Câncer. O caso de Gleyce, trata-se de um transplante singênico, já que ela e a irmã são gêmeas univitelinas (idênticas).

“Acredito que tem dificuldades em nossa vida que não passamos para nos destruir, mas para crescermos e nos tornarmos pessoas melhores. A minha irmã, por meio da vida dela, vai conseguir transformar e salvar a minha vida, me dando uma segunda chance. O transplante ainda não tem data definida por conta dos procedimentos que estou fazendo antes, já que estou refazendo a quimioterapia, e tudo depende como eu vou reagir. Mas tenho esperança que vou conseguir e vou poder voltar na caminhada para realizar meus sonhos”, finaliza.

 

Fonte: G1 | Santos e região Isabella Lima

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