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Curada de câncer raro, paciente toca o ‘sino da esperança’ e é pedida em casamento

Keila do Rosário, de 32 anos, e fez o tratamento em Jundiaí (SP). Linfoma de Hodgkin, um tipo de câncer no sistema linfático.

Depois de dois anos dentro de hospitais, a única roupa branca que a paciente Keila do Rosário, de 32 anos, quer ver é o vestido de noiva. Ela terminou o tratamento de linfoma de Hodgkin, um tipo de câncer no sistema linfático, e tocou o ‘Sino da Esperança’ quando também foi pedida em casamento no Hospital São Vicente, em Jundiaí (SP).

Ao G1, Keila contou que o companheiro disse que queria fazer uma surpresa, fez um grupo no aplicativo de mensagens com as duas irmãs dela e pediu para que não olhasse o celular dele durante um tempo.

‘Imaginava que eles iriam me dar rosas, porque sabe que amo rosas. Mas a aliança eu nunca imaginei que fosse’, diz.

O momento foi registrado em um vídeo. Enquanto Keila caminhou em direção ao sino e tocou, o companheiro colocou a mão no bolso, retirou as alianças para se ajoelhar e completar o segundo momento de felicidade.

‘Aquele som. Quantas e quantas noites sonhei com aquele sino tocando. Esse sino é muito importante é o ‘Som da Vitória’. Todas as vezes que ele [noivo] me chamava de esposa eu dizia que não era esposa dele, que nunca tinha me pedido em casamento. Então, o pedido veio’, brinca.

Apesar de o pedido de casamento ter sido nesta semana, o casal mora junto há 3 anos.

Veja vídeo inteiro aqui.

‘Sofrimento é do tamanho que você der’

O linfoma de Hodgkin é geralmente tratado com a quimioterapia e a radioterapia. O paciente pode precisar também de um transplante de medula.

No caso de Keila, a demora no diagnóstico dos médicos dificultou o início do combate contra a doença.

‘Em 2017 comecei a sentir uma coceira. No início, achei que fosse alguma alergia, mas a coceira não passava, então marquei um dermatologista, me pediram exame de sangue e disse que não era nada. Resolvi procurar outro profissional, que também fez a mesma coisa. Fui trocando de médico’, lembra.

Segundo ela, os profissionais disseram que poderia ser um problema emocional e a medicaram contra ansiedade e depressão.

‘Meu corpo ficou inteiro machucado. Já não queria mais sair de casa para nada, porque tinha vergonha do meu corpo. Não conseguia mais vestir roupa nenhuma. Comecei a passar com psiquiatra, que me dopavam de remédios controlados.’

O casal já estava junto na época. Contudo, novos sintomas surgiram, como tosse e vômitos. Tudo era acompanhado pelo noivo, que a ajudou como podia.

‘Emagreci 18 quilos muito rápido. Foi então que minha irmã mais velha ia viajar para casa da minha mãe, que mora em Minas Gerais, e me chamou para ir junto. Chegando lá, minha mãe ao me ver naquele estado imediatamente me levou ao médico, que fez o diagnóstico.’

Um dos vários tumores estava com 17cm e na região do tórax. A tosse era causada por um coágulo no pulmão.

‘O mundo desabava sobre mim. Saí da sala totalmente desnorteada, minha família ali tentava me acalmar’, detalha.

Naquele momento, em 2019, Keila conta que ficou em choque e queria passar pelo tratamento. No entanto, o marido disse uma frase que a fez pensar: ‘Sua dor e seu sofrimento são do tamanho que você der a eles.’

No início, ela tinha plano de saúde e começou a fazer o tratamento, mas quando faltavam três sessões para terminar, o plano foi cancelado. Os cuidados foram retomados pela equipe no Hospital São Vicente, pelo SUS, e o dia de tocar o sino da esperança.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), estima-se que mais de 2,6 mil pessoas tenham tido a doença no Brasil em 2020.

 

Fonte:   / 

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