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Com leucemia e estudando em casa, adolescente tetraplégico conquista medalha de prata em Olimpíada Internacional de Matemática

André Luiz Ventura Cavalcanti, de 12 anos, tem o sonho de se tornar biólogo marinho e de morar na Coreia do Sul. Ele estuda na rede municipal de Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife

O estudante André Luiz Ventura Cavalcanti, de 12 anos, foi diagnosticado com leucemia linfoide aguda, um tipo de câncer do sangue e da medula óssea, quando tinha 7 anos. Dez meses depois do início do tratamento, ele começou a perder os movimentos do corpo e ficou tetraplégico. O aluno do 7º ano da rede pública de Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, conquistou a medalha de prata na Olimpíada Internacional de Matemática sem Fronteiras (veja vídeo acima).

O sonho dele é de se tornar biólogo marinho e de morar na Coreia do Sul. Devido à pandemia da Covid-19, André Luiz estudava em casa, e apenas recentemente retomou o contato com os colegas de classe.

Por causa das limitações físicas, ele consegue estudar por meio de um projeto de educação inclusiva da prefeitura, acompanhado por uma pedagoga e uma enfermeira, que dão suporte a ele nas aulas. André mora em Marcos Freire e é aluno da Escola Municipal José Rodovalho, que fica em Candeias.

Além de ser biólogo marinho, André Luiz sonha em morar na Coreia do Sul. “Por causa da tecnologia, porque isso ajuda na locomoção. A disciplina que eu tive mais dedicação foi justamente a de ciências, que é a área que eu vou trabalhar. A matemática entra, por exemplo, para contar o número de animais em cada espécie”, afirmou.

A Olimpíada Internacional Matemática sem Fronteiras foi criada em 1990, pela Academia de Estrasburgo, na França, com o propósito de estimular o interesse dos estudantes para a disciplina. Na Escola Municipal José Rodovalho, foram 24 medalhistas, incluindo André, que faz parte de uma equipe de cinco estudantes.

André Luiz lembra claramente do dia em que começou a perder o movimento das pernas e dos braços. “Foi há cinco anos, no dia 22 de maio. Lembro porque eu sempre andei muito no bairro que eu moro. Passava o dia todo passeando. Nesse dia, eu só aguentei dez minutos e voltei para casa. Quando voltei, já ia caindo, porque deu fraqueza nas pernas”, disse.

Algumas das consequências da doença, além da tetraplegia, são dores de cabeça frequentes e problemas de equilíbrio. A decisão de virar biólogo marinho veio depois de ter sido diagnosticado com leucemia. Para ele, não há outra opção.

Foi a primeira coisa que veio na minha cabeça. Faz uns anos que eu disse que quero ser isso, porque eu sempre gostei muito de animais, aí eu decidi que queria ser biólogo marinho. O animal que eu gosto mais é o tubarão-martelo”, declarou.

A dona de casa Josilene Ventura, mãe de André, se preocupa com a escolha de profissão do filho. Mas, segundo ela, o estudante é obstinado e sempre argumenta e impõe as próprias vontades e opiniões.

‘Eu, como mãe, já conversei com ele para ele procurar outro ramo, mas ele não aceita. Eu digo ‘André Luiz, estude, faça direito’, mas ele insiste. Ele já chegou até a chorar durante uma conversa nossa. Eu disse ‘André Luiz, faça direito’ e ele disse ‘mamãe, eu tenho direito de escolher o que eu quero ser”, afirmou.

 

Fonte: G1.Globo – Mhatteus Sampaio

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